Carisma e talento são ótimas características em um líder – mas segundo Peter F. Drucker, qualquer pessoa pode ser um grande executivo seguindo 8 princípios-chave.
É a imagem de um líder como Steve Jobs ou Henry Ford que pulam na cabeça quando a gente fala de gestão empresarial e liderança: homens de habilidade ímpar, de carisma marcante, e muito distantes de nós, meros humanos.
Há anos instituições acadêmicas tentam dissecar a anatomia de um bom líder, e a boa notícia é que não é preciso carisma, talento nem sorte para ser um bom executivo.
O que distingue grandes líderes do resto não é uma personalidade especial, mas sim quais princípios esses líderes seguem para agregar informações e colocá-las em prática.
Segundo Peter F. Drucker – pioneiro em desenvolvimento e educação de executivos – qualquer pessoa pode se tornar um grande líder: é só seguir esses 8 princípios.
8 princípios para se tornar um grande líder
Afirmar que qualquer pessoa pode se tornar um grande líder soa piegas, mas é verdade – com sagacidade e paixão, dá para deixar de ser um executivo “ok” para se tornar excelente.
Vamos entender melhor cada um deles?
1. Perguntar “O que precisa ser feito?”
Saber o que precisa ser feito identifica quais tarefas realmente precisam ser executadas – e por quem.
Fazer essa pergunta norteia o investimento de recursos para resultados alcançáveis.
Abandonar setores em que a empresa não pode ser a primeira ou segunda opção para os condumidores, por exemplo, direciona o líder a investir recursos nos setores em que a empresa pode se tornar a primeira ou segunda opção para consumidores.
2. Perguntar “O que é certo para o empreendimento?”
Perguntar o que é correto para o projeto ou para a empresa impede o líder de perder tempo tentando balancear o que é melhor para os proprietários, investidores, funcionários ou consumidores.
Saber o que é certo para o empreendimento é saber o que é certo para todos os envolvidos por consequência.
3. Desenvolver planos de ação
São os planos de ação que comparam as expectativas do empreendimento contra os resultados práticos.
No que o tempo precisa ser investido? As ações a serem tomadas são compatíveis com a visão do empreendimento? Quais possíveis problemas podem surgir no caminho – e quais seriam as possíveis soluções para eles?
Para responder essas perguntas é preciso criar um plano de ação que especifique os resultados desejados e tudo que pode entrar no caminho deles.
Planos de ação precisam ser revisados toda vez que as iniciativas forem concluídas, para que novas prioridades sejam apontadas a partir das atuais circunstâncias do projeto.
4. Se responsabilizar pelas decisões
Um grande líder não se responsabiliza apenas pelas próprias decisões – ele também aponta quem é responsável pelo quê.
Além disso, o líder se responsabiliza em decidir quando as decisões serão implementadas, quem será afetado por elas, e quem precisa ser informado sobre essas decisões e consequências.
Se responsabilizar pelas decisões (e revisá-las) impede que uma escolha mal tomada cause grandes problemas antes que eles se tornem desafios de verdade.
5. Se responsabilizar pela comunicação
Saber se comunicar não é apenas falar: é ouvir também – e o melhor líder ouve antes de falar.
Saber o que cada membro da empresa pensa sobre os planos de ação ajuda a tornar os planos à prova de balas.
Também é preciso identificar quais são as necessidades dos subordinados – e dos superiores.
De quais informações eles precisam para uma execução impecável? De quais informações o líder precisa para agir sem medo?
6. Focar nas oportunidades em vez dos problemas
Resolver problemas impede danos maiores de impactar a empreitada, mas não oferece resultados.
O que oferece resultados são oportunidades.
Um grande líder sabe colocar as melhores pessoas à disposição das oportunidades – não na resolução dos problemas.
Um grande líder também se pergunta como tirar proveito das mudanças dentro e fora da companhia.
A prática de identificar e criar oportunidades é fundamental para tornar um executivo excelente.
7. Só fazer reuniões produtivas (é sério!)
O grande executivo não tenta enfiar um monte de assuntos, questões e decisões dentro de uma reunião só.
Quando o tema principal é discutido, o líder encerra a reunião e deixa qualquer outro assunto para outro encontro – focado especificamente no novo tema.
Reuniões que se distraem do rumo inicial são o ralo por onde tempo, energia e recursos se esgotam na maior parte das companhias – o que faz todo mundo odiar essas conferências.
Manter uma reunião breve, direta ao ponto, focada num só tema por vez, e com um sumário da discussão ao final – com as funções e prazos definidos para cada envolvido, e com informações para completar as tarefas necessárias – é a receita para gerar resultados.
8. Pensar e dizer “nós” em vez de “eu”
O líder é a autoridade que representa a companhia e constrói confiança com os envolvidos agindo em função do “nós”, “da gente”, do “somos”.
Se o líder pensa e fala “eu”, “pra mim” e “sou”, a impressão que passa é que ele está muito preocupado com o próprio umbigo – não com os resultados da empreitada.
A desmotivação causada por um líder egocêntrico é sentida em todas as hierarquias do negócio – e a toxicidade dessa atitude é epidêmica, levando funcionários a colocarem os próprios interesses acima dos da empresa também.
Conclusão
Esqueça o arquétipo do líder que a mídia inventou: um líder de verdade pode ser introvertido, generoso, cruel, ganancioso ou amador.
A única coisa que ele não pode ser é preguiçoso.
O que importa na execução estelar é o que importa em qualquer setor da vida: disciplina para errar cedo e acertar rápido.
Para a nossa alegria, disciplina pode ser praticada – e o reconhecimento que vem dela pode ser conquistado por qualquer pessoa.
Incluindo você.